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Resultado de imagem para goiana pe prefeitura wikiGoiana (pronúncia IPA: [gojˈɐ̃nɐ] link=. ouça) é um município brasileiro do estado de Pernambuco, Região Nordeste do país. Encontra-se localizado no extremo norte da Região Metropolitana do Recife, fazendo divisa com a Região Metropolitana de João Pessoa. Está situado no litoral, a 62 km do Recife, 51 km da capital paraibana e 2 187 km de Brasília. Sua população estimada em 2019 era de 79 758 habitantes e a sede municipal se situa a treze metros de altitude.

Seu centro histórico foi declarado Patrimônio Histórico Nacional no ano de 1938. No ano de 2007 o município foi classificado pelo IBGE como um centro de zona A, pela sua influência sobre os municípios vizinhos, principalmente da sua microrregião e do Litoral Sul Paraibano. Ele também possui o ponto continental mais oriental de seu estado, a Ponta do Funil, uma espécie de cabo, no distrito litorâneo de Ponta de Pedras.

O município de Goiana é dividido em três distritos, Sede, Ponta de Pedras e Tejucopapo, e possui o oitavo maior PIB da Região Metropolitana do Recife, estimado em 2,223 bilhões de reais (IBGE/2014), destacando-se pelas indústrias automobilística e farmacoquímico e pela cultura da cana-de-açúcar. Durante a época colonial foi sede da Capitania de Itamaracá por duas vezes, e por muito tempo foi a segunda cidade mais importante do estado de Pernambuco.

A história de Goiana está muito ligada aos engenhos da região. Os goianenses participaram ativamente da Batalha das Heroínas de Tejucopapo (1646), da Revolução Pernambucana (1817), da Confederação do Equador (1824) e da Revolução Goianense (1825). A vila operária de Goiana é considerada a primeira do seu tipo na América Latina. A localidade foi elevada à categoria de freguesia 1568, de vila em em 15 de janeiro de 1711, ganhou foros de cidade em 5 de maio de 1840 e de sede de município em 3 de agosto de 1892, tendo como seu primeiro prefeito o Dr. Belarmino Correia de Oliveira.

A origem mais provável do nome Goiana é que venha da palavra em tupi-guarani “Guyanna”, que significa “terra de muitas águas”. O topônimo do município aparece pela primeira vez nos catálogos da Companhia de Jesus, em 1592, com o nome de aldeia de “Gueena”. O mesmo documento, em 1606, registra-o com a grafia modificada para “Goyana” e, finalmente Goiana. O holandês Francisco Adolfo de Varnhagen disse que Goiana é uma palavra de origem da língua tupi, que significa: gente estimada. Outros filólogos divergem e dizem ter o significado de mistura ou parente, alguns como Frei Vicente de Salvador, em 1627, definiu como sendo porto ou ancoradouro.

Sabe-se que muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil, Goiana, assim como diversas outras localidades da América, já era habitada por indígenas, inúmeros historiadores defendem seus estudos e com isso, daí, nasce uma diversidade de teorias, principalmente sobre suas origens. Existem diversas teses sobre a origem da cidade de Goiana, das tais a mais aceita é a de que a cidade surgiu quando Diogo Dias ganhou e fundou o Engenho Recuzaém. A segunda tese é a de que em 1501 com a finalidade de explorar a costa brasileira expedições portuguesas já tinham aportado o litoral goianense em uma praia, hoje denominada Ponta de Pedra. Existindo ainda a terceira tese, a qual diz que a primeira povoação de Goiana esteve no Engenho Japumim, também fundado por Diogo Dias, segundo historiadores.

Período colonial
A colonização jamais realizou os propósitos da empresa mercantil que impulsionou as navegações. Montada especificamente para a troca, ela operava sempre na pressuposição da existência de produção local, nas áreas com que mantinha a troca. O problema da colonização apresenta, assim, grandes dificuldades, uma vez que a estrutura econômica portuguesa não estava preparada para enfrentá-lo. Nesse período, Goiana foi uma das principais produtoras de cana-de-açúcar no estado de Pernambuco; o Rio Goiana, que corta a cidade, abrigava um importante porto, que escoava a produção do local. Foi durante este período que Goiana foi, por diversas vezes, sede da capitania de Itamaracá, e permaneceu como segunda cidade mais importante do estado, até o fim deste período.

Correia Picanço, o barão de Goiana, fundou as primeiras faculdades de medicina do Brasil, e é “Patriarca da Medicina Brasileira”.
A povoação foi elevada a freguesia em 1568 quando Diogo Dias, um cristão-novo de muitas posses, comprou de Jerônimo de Albuquerque dez mil braças de terra próximas à atual cidade de Goiana, então Capitania de Itamaracá, estabelecendo um engenho fortificado no Vale do Rio Tracunhaém. Este colono foi alvo do ataque ao engenho Tracunhaém, em 1574, no qual índios potiguaras exterminaram toda a população do engenho. Este episódio provocou a extinção da capitania de Itamaracá e a criação da capitania da Paraíba.

Em fevereiro de 1640 defrontaram-se entre Goiana e a ilha de Itamaracá a esquadra ibérica de Fernando de Mascarenhas, conde da Torre, e a holandesa, comandada por Willem Loos, num combate que seria imortalizado em quatro gravuras de Frans Post. No dia 24 de abril do ano de 1646, armadas com paus, pedras, panelas, pimenta e água fervente, as mulheres de Tejucopapo, atual distrito do município, venceram os holandeses que ameaçavam suas terras e famílias. Este evento é conhecido e retratado em um filme denominado “Epopeia das Heroínas de Tejucupapo”, que no último domingo de abril é recontada a história, através de uma encenação teatral ao ar livre no marco histórico pelo Clube das Mães, na zona rural do município. A encenação mostra a vida de mulheres que lutaram contra os invasores e contra o preconceito, atraindo cerca de cinco mil pessoas em média por ano.

Período imperial
Após a independência de Portugal em 7 de setembro de 1822, que resultou no fim do “Brasil Colônia” (1500-1822), o Brasil torna-se uma monarquia constitucional, período denominado “Brasil Império” (1822-1889). D. Pedro I retorna a Portugal para assegurar que sua filha assumisse o trono português. Após um período regencial, D. Pedro II, aos catorze anos de idade, é coroado o segundo imperador do Brasil.

No ano de 1859, Dom Pedro II, imperador do Brasil, visitou a cidade de Goiana, chegou acompanhado por uma comitiva com quase quinhentos cavaleiros. Na véspera todos os preparativos foram realizados para receber o monarca. O que havia de melhor nos engenhos foi trazido para o sobrado onde ele se hospedou. Foram à cidade pessoas das regiões circunvizinhas, atraídas pela visita do imperador. Dom Pedro II conheceu as igrejas e encantou-se com a beleza do Cruzeiro do Carmo, no centro. Ele chegou a visitar também o hospital, as repartições públicas, as escolas e elogiou o avanço dos alunos no latim. Mais tarde, ainda participou de solenidade na Igreja da Matriz, onde escutou a Banda Saboeira à porta depois seguiu para o bairro do Tanquinho para ver como era feito o abastecimento de água da cidade e considerou a situação do porto fluvial aproveitando para discutir melhoramentos.[carece de fontes]

Abolição da Escravatura
A abolição em Goiana foi declarada no dia 25 de março de 1887. Em meio a escravos se rebelando e fazendo revoluções almejando o fim da escravidão pelo Brasil, acabou se criando em Goiana um clube abolicionista chamado O Terpsícore, que buscava levantar fundos para a libertação dos escravos. Havia também na cidade o Clube do Cupim, cujo objetivo era “roubar” escravos de seus senhores e enviá-los ao estado do Ceará, onde já não havia escravidão por lei. Em Goiana, a abolição foi declarada de maneira mais prática, pois deixaram a burocracia de lado. Basílio Machado, um sapateiro abolicionista, infiltrava-se nos engenhos pedindo para trabalhar. Ao ganhar a confiança do senhor do engenho, ele elaborava um plano para fugir com os escravos e escondê-los na olaria de José Pires Vergueiro que se encarregava de enviá-los para o Ceará. A campanha abolicionista em Goiana tinha o apoio da população em geral e foi um dos quartéis general na luta pela liberdade dos negros. A cidade acabou sendo a primeira a libertar seus escravos no estado mesmo com o enorme número de engenhos que possuía. Enquanto em Goiana já havia a liberdade de escravos, a Lei Áurea era assinada no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, pela Princesa Isabel do Brasil e pelo Ministro da Agricultura da época Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, no dia 13 de maio de 1888,extinguindo assim a escravidão no resto do Brasil. A Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, na sua terceira e última regência, estando o Imperador D. Pedro II em viagem ao exterior.

Período republicano
Dom Pedro II foi deposto em 15 de novembro de 1889 por um golpe militar liderado pelo republicano Deodoro da Fonseca, que se tornou o primeiro presidente de facto do país, através de ascensão militar. E permaneceu no cargo até o ano de 1891, quando assumiu a presidência o Marechal Floriano Peixoto, que foi considerado o consolidador da república.

Durante esse período, apareceu o primeiro ônibus de que se tem notícia no Brasil, foi um veículo da marca francesa Panhard-Levassor, importado no ano 1900 pela Companhia de Transporte de Goiana, que na época era a mais importante cidade de Pernambuco, depois da capital, Recife. Destinava-se o referido veículo ao transporte de passageiros entre as duas cidades pela histórica estrada de rodagem, hoje a BR-101. No dia 23 de março de 1903, o veículo, com lotação de doze passageiros, fez sua primeira viagem, saindo do centro de Goiana e chegando até a cidade de Olinda, onde parava para o almoço. E seguiam da cidade de Olinda até o Recife levando mais uma hora para chegar ao destino. O ônibus não durou muito, pois uma viagem total, que teria setenta quilômetros, levava cerca de nove horas. E as viagens suburbanas custavam muito.

Também nessa época se instalou na cidade a Fiação de Tecidos Goiana – Fiteg, composta da fábrica, da casa do proprietário e da vila operária, a primeira do seu tipo na América Latina, além de ser um importante marco da arquitetura do início do século XX, tem a peculiaridade de todas as edificações seguirem a mesma modulação: cada habitação representa um módulo, a que tanto a fábrica, quanto a casa do proprietário obedeceram, repetindo, no entanto, tantos módulos, quantos se fizeram necessários. As casas, estreitas, geminadas, com vão abrindo-se diretamente para os logradouros, são distribuídas em nove quadras, num total de 376 habitações.[livro 1] A fábrica foi fechada na década de 1980 depois de declarar a sua falência, deixando centenas de goianenses desempregados, e mesmo que foram discutidas medidas pelo governo, a fábrica realmente fez a declaração, demitindo, de pouco em pouco os trabalhadores.

História recente
No final da década de 1990, surgiram rumores de que Goiana receberia um aeroporto internacional, as quais foram reafirmadas pelo falecido ex-governador do estado Eduardo Campos, o projeto que contempla também um porto e um polo industrial ainda está em desenvolvimento. No ano de 2004 assumiu a prefeitura o empresário Beto Gadelha, que oficializou a implantação do Polo Farmacoquímico de Pernambuco no município de Goiana. Ele teve o mandato cassado pelo TSE no ano de 2006, tendo então que ser feita novas eleições no município. No então ano de 2006, assumiu a prefeitura, Henrique Fenelon, que foi reeleito no ano de 2008, sendo assim o primeiro prefeito reeleito da história de Goiana. A cidade ocupa atualmente a 52ª posição na lista das cidades mais violentas do país.

O município de Goiana está localizado na Bacia hidrográfica do Rio Goiana, possui poucas montanhas, possui diversas praias e seu clima é tropical. De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária do Recife e Imediata de Goiana-Timbaúba. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião da Mata Setentrional Pernambucana, que por sua vez estava incluída na mesorregião da Mata Pernambucana.

Áreas de influência
A região do município de Goiana é uma das mais populosas do Nordeste, num raio de 100 km da sede do município podem ser encontradas mais de 6 milhões de pessoas entre os estados de Pernambuco e Paraíba, encontrando-se também, dois aeroportos internacionais (Guararapes e Castro Pinto) e três portos (Recife, Cabedelo e Suape), a cidade é um ponto estratégico importante entre Recife e João Pessoa, além da proximidade de outros centros de zona como Timbaúba, Carpina e Caruaru.

Os municípios limítrofes de Goiana são Itaquitinga, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, Itambé, Condado, Caaporã, Pitimbu, e Pedras de Fogo. Estes municípios estão integrados de certa forma com Goiana, tanto pelos empregos, como também pelo comércio e pelo turismo, por este motivo, no ano de 2007 o município de Goiana foi classificado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística como um Centro de Zona A, pela sua influência sobre as cidades vizinhas.

Relevo
O município de Goiana está localizada no extremo nordeste do estado de Pernambuco, e se desenvolveu em uma planície litorânea ou aluvional (fluviomarinha), constituída por ilhas, penínsulas, alagados, manguezais e pequenas montanhas e dunas, que possuem altitudes abaixo dos 80 metros de altura, apresentando algumas grandes planícies como por exemplo na sua sede e na praia de Catuama.

O grande número de rios do município tem sua foz principal no oceano Atlântico, já que o leste municipal é totalmente banhado por este oceano, e possuindo também diversos terrenos pantanosos e manguezais. Seu litoral possui 18 km de extensão, apresentando-se como destaque suas seis praias e a ilha de Itapessoca, suas praias possuem alguns arrecifes e, na maioria dos seus trechos são retas. São incomuns em Goiana os grandes abalos sísmicos ou terremotos. E também não existe atividade vulcânica expressiva, nem no município de Goiana nem nos municípios circunvizinhos. Goiana fica inserida em regiões de tabuleiros e baixadas costeiras.

Hidrografia
O município de Goiana encontra-se inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do Rio Goiana. Seus principais tributários são os rios Goiana, Capibaribe-Mirim, Tracunhaém, Megaó, Barrado Goiana, da Guabiraba, Itapessoca, Itapirema, Corope e Arataca e os riachos Cupissura, Milagre, da Pitanga, Farias, João Marinho, Água do Bicho, da Ponta Branca, Ibeapecu e do Boi. Os principais açudes são: Jacaré, Zombeiro, da Mata, Santa Teresa, da Prata e a Lagoa de Catuama. Todos os cursos d’água no município têm regime de escoamento perene e o padrão de drenagem é o dendrítico.

Águas subterrâneas
O município está inserido no Domínio Hidrogeológico Intersticial e no Domínio Hidrogeológico Fissural. O Domínio Hidrogeológico Intersticial é composto de rochas sedimentares da Formação Beberibe, Grupo Barreiras, Depósitos Aluvionares, Depósitos Fluviolagunares, e dos Depósitos Fluviomarinhos. O Domínio Hidrogeológico Fissural é formado por rochas do embasamento cristalino que engloba o subdomínio de rochas metamórficas, constituído do Complexo Vertentes e do Complexo Belém do São Francisco.

O abastecimento de água é feito por trinta poços que retiram águas dos recursos superficiais e subterrâneos do município, sendo dezenove públicos e onze particulares. Abastecendo a imensa maioria de sua população.

Clima
O clima de Goiana é considerado tropical atlântico (do tipo As segundo o modelo de Köppen-Geiger), e a média anual das temperaturas é de 24,9 °C, chegando aos 31 ºC no verão e ficando abaixo dos 20 ºC no inverno. Por se tratar de uma cidade litorânea, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicas relativamente baixas. A precipitação média anual é de 1 924 milímetros, concentrados principalmente no inverno, entre março e julho, com uma pequena estação seca entre outubro e dezembro. Devido à pouca concentração de edifícios, não é comum o surgimento de ilhas de calor, por isso os termômetros permanecem abaixo da marca dos 40 °C, mesmo nos meses mais quentes do ano.

Segundo dados da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), referentes ao período de 1963 a 1970 e 1979 a 1985, o maior acumulado de chuva registrado em Goiana foi de 160 mm em 12 de junho de 1965. Outros grandes acumulados foram 145,4 mm em 5 de julho de 1963, 143 mm em 13 de junho de 1965, 137,6 mm em 10 de junho de 1980, 136,6 mm em 26 de abril de 1970, 134 mm em 8 de maio de 1985, 133,2 mm em 18 de fevereiro de 1982, 118,8 mm em 22 de maio de 1984, 117,2 mm em 5 de abril de 1967, 108,2 mm em 19 de março de 1983, 106 mm em 17 de setembro de 1982, 103 mm em 5 de junho de 1980 e 102,6 mm em 3 de julho de 1966. Em um mês o maior volume observado foi de 713,5 mm em junho de 1965.

Fauna e flora
Goiana se encontra em domínios de Mata Atlântica e de manguezais, mas devido À exploração nos períodos colonial e imperial e, atualmente no crescimento da cidade, sobraram poucas áreas de sua vegetação nativa. São encontrados ainda manguezais nas cercanias dos rios Goiana, Capibaribe-Mirim e Tracunhaém e Mata Atlântica em zonas de preservação das Usinas Maravilha e Santa Teresa, também da reserva particular da praia de Tabatinga, que pertence a U. Santa Teresa e ao norte do distrito de Tejucopapo, na Mata de Megaó. A mata da Usina é considerada pela CPRH uma mata em bom estado de conservação, já as matas de Megaó e de Massaranduba, são consideradas em estado regular de conservação pela mesma instituição.

Das espécies de plantas encontradas no município de Goiana, há uma que é originalmente dele: a Capiúba (Tapirira guianensis) teve seu nome científico posto em homenagem ao município. As espécies de plantas mais comuns na região são a Capiúba (Tapirira guianensis), Cabotâ-de-leite (Thyrsodium schomburkianum), Sucupira-branca (Bowdichia vigiloides) e Loureiros (Ocotea spp) e os animais da fauna local são o Anu-preto (Crotophaga ani), Anu-branco (Guira guira), Bem-te-vi (Pitangus Sulphuratus), Urubu, (Coragyps atratus) e outros como tatu, preguiça, pardal, preá e iguana. Ficam localizados no município estuários e manguezais do Rio Goiana e Megaó, do Rio Itapessoca e do Canal de Santa Cruz, sendo possível encontrar diversas espécies de crustáceos e moluscos, as mais comuns delas são o Siri (Callicnetes spp), Guaiamu (Cardisoma guanhumi), Tainha (Mugil Curema), Caranguejo-ucá (Ucides Cordatus), Ostra (Cassostrea rizophorae) e o Marisco-pedra (Anomalocardia braziliana).

Monopolizadora na ocupação do solo, a cana-de-açúcar, em sua expansão, tem motivado a destruição de grande parte da cobertura florestal das várzeas e das encostas com altas declividades, apesar das restrições dessa última categoria de área ao uso agrícola, especialmente a culturas temporárias. Em consequência, a cobertura florestal, no espaço canavieiro de Goiana, restringe-se a alguns vales nas porções central e oriental do município, onde os remanescentes da Mata Atlântica apresentam-se, em sua maior parte, degradados ou substituídos por bambu (Bambusa vulgaris) e outras plantações.

A população total do município de Goiana em 2000 era de 71.177 habitantes, sendo comparável ao número de habitantes de países como Andorra e Dominica. No mesmo ano, 49,3% da população eram homens, e 50,7% da população eram mulheres. Seus distritos são Sede com 55.260 hab., Tejucopapo com 8.187 hab. e Ponta de Pedra com 7.730 hab., desses 61,2% da população (43.531 hab.) são de zona urbana e 36,7% (27.646 hab.) são em zona rural. A distribuição populacional de Goiana está concentrada principalmente na sede do município, em destaque os bairros Centro, Nova Goiana e Flexeiras, os distritos de Tejucopapo e Ponta de Pedras também possuem quantidade razoável de moradores.

No ano de 2011 a população municipal era de 75.987 habitantes, tornando-se a 19ª maior em população do estado de Pernambuco. A densidade demográfica no município no ano de 2009 era de 148,5 hab/km², sendo comparável as Ilhas Virgens Britânicas e a Gâmbia. A média de moradores por domicílio era de 4,2 no ano de 2000. O IDH municipal no ano de 2000 era de 0,692; sendo comparável ao IDH de países como África do Sul, Tadjiquistão e Vanuatu.

Etnias
A população goianense é formada principalmente por descendentes de povos indígenas, colonos portugueses, escravos africanos e diversos grupos de imigrantes que se estabeleceram no Brasil e em Pernambuco, sobretudo entre os anos de 1820 e de 1970, principalmente de holandeses. No estado de Goiás, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou as seguintes proporções no tipo físico da população: pardos, 59,3%; brancos, 36,3%; pretos, 4,9%; e amarelos ou indígenas, 0,4%. De acordo com a Constituição Brasileira do ano de 1988, racismo é um crime inafiançável e condenável à prisão.

Religião
A maior parte da população goianense é seguidora da Igreja Católica Apostólica Romana, religião que teve profunda influência ao longo do desenvolvimento histórico do município. A predominância do catolicismo tende a decrescer em virtude da recente ascensão do protestantismo e a importância histórica das religiões afro-brasileiras, o Candomblé e a Umbanda, na formação cultural e ética do povo. Apesar de terem sido perseguidas em todo o país até o começo do século XX, quando a prática religiosa não-católica era reprimida pela polícia. Além disso, é pertinente assinalar o surgimento de novas religiões de origem oriental ou esotérica, até então quase desconhecidas pela sociedade goianense. E também o crescimento dos sem-religião vem sido notada chegando a mais de 15% da população.

Estando localizado no país mais católico do mundo em números absolutos. A Igreja Católica teve seu estatuto jurídico reconhecido pelo governo federal em outubro de 2009, ainda que o Brasil seja atualmente um estado oficialmente laico. A cidade possui os mais diversos credos protestantes ou reformados, como a Assembleia de Deus, a Congregação Cristã no Brasil, a Igreja Cristã Maranata, a Igreja Presbiteriana, as igrejas batistas, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a Igreja Universal do Reino de Deus, entre outras. Há um considerável avanço destas igrejas, em todas as partes da cidade, em todas as classes sociais.

De acordo com a Constituição de 1988, Goiana está localizada em uma república federativa presidencialista. A forma de Estado foi inspirada no modelo estadunidense, no entanto, o sistema legal brasileiro segue a tradição romano-germânica do Direito Positivo. O federalismo no Brasil é mais centralizado do que o federalismo estadunidense; os estados brasileiros têm menos autonomia do que os estados norte-americanos, especialmente quanto à criação de leis.

Em Goiana, o Poder Executivo é representado pelo prefeito e gabinete de secretários, em conformidade ao modelo proposto pela Constituição Federal. O Poder Legislativo é constituído à câmara, composta por 10 vereadores eleitos para mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição). Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Conquanto seja o poder de veto assegurado ao prefeito, o processo de votação das leis que se lhe opõem costuma gerar conflitos entre Executivo e Legislativo. O Poder Judiciário, cuja instância máxima é o Supremo Tribunal Federal, por sua vez é responsável por interpretar a Constituição Federal. O município de Goiana, não possui assim, constituições próprias, em vez disso possui leis orgânicas. O ex-prefeito Beto Gadelha, eleito no ano de 2004, teve o mandato cassado no ano de 2006 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico nas eleições do ano de 2004, sendo substituído, temporariamente pelo presidente da câmara na época, Henrique Fenelon. Houve, depois da cassação, novas eleições para prefeito, na qual o foi o mesmo Henrique Fenelon.

As eleições municipais realizadas no ano de 2012 tiveram três candidatos a prefeito. O candidato Carlos Viégas Jr. (PDT), ex-vereador, teve 4.113 votos correspondendo a 8,90% do total de votos. O candidato Tenente Menezes (PRTB) teve 15.576 votos correspondendo a 33,70% do total, e o prefeito eleito foi Fred Gadêlha (PTB), tendo 26.537 votos correspondentes a 57,41% do total. A bancada da câmara municipal está dividida em 3 cadeiras para o PR, 2 cadeiras para o PSB, 2 cadeiras para o PSC, 2 cadeiras para o PTC, 1 cadeira para o PPS, 1 cadeira para o PC do B, 1 cadeira para o PP, 1 cadeira para o PMN, 1 cadeira para o PTB e 1 cadeira para o PSL, num total de quinze cadeiras. O total de eleitores que votaram nas últimas eleições foi de 49.477 pessoas, o que correspondente a 84,32% do total habilitados a participar.

Fonte: Wikipédia